O abraço que me acolhe
Dor, em qualquer estado
de espírito
Transita em minha
glândula pineal
E numa transa pequenina
Perpassa minhas
entranhas frias gentilmente
Forçando-me ao acalanto
da noite mórbida
Pena que esse abraço
Pai de todo o metamorfo
metafórico
Desdiz o seu próprio
verbo
Estraçalha os sóbrios
num êxtase exotérico
Mostrando o cinza
exposto ao Louvre
Ninguém ousa roubar a coisa
(só em pensamento)
Visto que é ela quem te
abraça
Mas ousemos da forma
que Ícaro almejou
Pois o que determina o
sentido da andança
É o inverso subversivo
ao normal
O absurdo está no
erotismo das coisas irreais
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