terça-feira, 24 de junho de 2014
Não ser
terça-feira, 17 de junho de 2014
"Onde andarás minha náusea?"
Perguntava a estranhos na rua, amarelo e tuberculoso,
Absorto em devaneios esquizofrênicos.
Ora, eu sou o delírio mais nefasto de mim mesmo
E a ausência da minha ânsia me afastava da beira do abismo do meu próprio eu
[o que me enoja mais do que qualquer coisa]
Faço vigília nos portões do inferno, certo de que ali encontrarei resposta ao grito que me foi roubado
Artimanha das mais ousadas, mãe da prisão cadavérica do ser.
"Minha nausea?", repetia a ermo, pálido e moribundo perante os dezenove guardas do vale das sombras.
Que me mostravam dentes claustrofobicamente brancos.
Minha voz tombara antes de mim.
E era ali
Diante do vale das sombras, onde repousava o âmago da minha busca
Mas não havia esperança:
Eu já estava morto
sábado, 14 de junho de 2014
Não havia existência perante o divino,
portanto,
toda e qualquer angústia merecia ser respeitada,
ampliada e idolatrada.
A luz cegava meus olhos e a escuridão grosseira
era a única forma de acalanto num mundo de alegrias que não me eram de direito.
Meia-noite. Minh'alma pertencia ao diabo.
Vide, a ânsia do enfermo
Fome em qualquer instância
Transforma-se ante uma transa
De incontáveis desconsertos
A existência lhe escapa pelos dedos
E num riso débil e insolente
Vomita a massa cinzenta de sua mente
Encolhido e banhado no próprio sebo
Agora, escravo da miséria humana
Perante o rei da vala mais mundana
Curva-se e promete servidão
Pois a morbidez a alma lhe sana
-Mesmo que em fezes, mijo e lama-
Assim como faz qualquer religião!