(I)
Aqui me venho ao ato
Pálido, um escandinavo,
mosaico do infinito
Esgueiro-me, afirmado
na muleta da reminiscência
Sendo vós, por mais mal
amada que possa ser a minha imago
Tu és eu, por pior que
deva ser a tormenta do esquecimento
Sois ingratos
(II)
Padeço no avesso ao
descontentamento,
Assim como meu tempo
nunca existiu
Ergo-me falante,
falange espectral ao vento,
Que por ventura perdura
em teu onírico
Adormeço, advinda a
vitória conquistada
Em prol daquilo que
faleceu em ti
Mas meu vício governa e
governará
Acima de qualquer força
deste universo ou além dele
Sou o âmago do gênesis,
pilar da metáfora e da metonímia
Sou a espera perante os
sete juízes da galáxia
E tua postura egoísta
depende única e exclusivamente da minha
Sou o menino errado que
um dia se fez ateu
Sou o medo do réquiem
amargo e ignorante ao teu chilique
Sou a mãe das mães, a
Morte que hoje te leva e que outrora te concebeu
(III)
Lamento
Amém.
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