terça-feira, 26 de março de 2013

Das recorrências da Morte




(I)

Aqui me venho ao ato
Pálido, um escandinavo, mosaico do infinito
Esgueiro-me, afirmado na muleta da reminiscência
Sendo vós, por mais mal amada que possa ser a minha imago
Tu és eu, por pior que deva ser a tormenta do esquecimento
Sois ingratos

(II)

Padeço no avesso ao descontentamento,
Assim como meu tempo nunca existiu
Ergo-me falante, falange espectral ao vento,
Que por ventura perdura em teu onírico

Adormeço, advinda a vitória conquistada
Em prol daquilo que faleceu em ti
Mas meu vício governa e governará
Acima de qualquer força deste universo ou além dele

Sou o âmago do gênesis, pilar da metáfora e da metonímia
Sou a espera perante os sete juízes da galáxia
E tua postura egoísta depende única e exclusivamente da minha

Sou o menino errado que um dia se fez ateu
Sou o medo do réquiem amargo e ignorante ao teu chilique
Sou a mãe das mães, a Morte que hoje te leva e que outrora te concebeu

(III)

Lamento
Amém.

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