quinta-feira, 7 de março de 2013

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Oi. Não consigo dormir. Deitei de bruços, observando a figura patética do travesseiro puído. Não fazia sentido pensar em tudo aquilo que eu te falei de tarde, logo naquela hora da noite, logo em um estado de sono que dentro de poucos minutos me levaria para a mais desejável paz ou para a mais excruciante agonia. Então porque essa inconstância, essa volúpia de medo e insegurança que me doma as rédeas por volta das uma e meia da madrugada? Meu desespero não me obedece, assim como toda a suplicante humanidade, que chora para esse deus calado uma resposta, ou quem sabe só um bisturi e uma precisão cirúrgica. Um avanço na medicina, a descoberta do século, detentora da solução para toda a complexidade do universo... Quanta babaquice. Ninguém vive o suficiente para ver esperança na vida. A porra do túnel te alcança estando feliz ou triste, e o seu estado de espírito não vai fazer diferença pro senhor e senhora minhocas na hora do lanche. (...) Bom, e daí? Não sei. Alguns não se preocupam com isso, o que eu acredito ser uma coisa e tanta. Mais uma vez, e daí? Será que o mundo se resume a essa pequena expressão simples e mal amada? Talvez. Talvez eu não esteja nem mesmo vivo. Talvez o verbo nem exista. Talvez estejamos na Matrix, sendo consumidos até a última gota por uma metáfora razoavelmente bem elaborada do estilo de vida que acredito fazer parte de um conglomerado de insetos insignificantes para o universo. Ou talvez eu só esteja errado, irremediavelmente errado, e qualquer uma das minhas ideias nada são além de lixo. Prefiro pensar que só estou com sono. A humanidade não vai durar muito, assim como essa madrugada ou a bateria do meu celular. Boa noite.

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