terça-feira, 2 de agosto de 2011

Trelatovina e Notivatrela




As luzes apagam. A mente se abre. Um sistema de operações trabalha em prol da parte burocrática. Os lapsos surgem. Os atos atuam. As almas respiram. A arte vem à tona. Chega o momento quando tudo é exposto. Porém, cada milímetro de tela, cada fração de segundo parece estar de cabeça para baixo, como um quadro torto em uma sala de estar ou uma laranja podre no meio de tantas outras sadias e suculentas em uma laranjeira. Ninguém perguntou a ela por que estava assim, ou com que motivo, mas ela estava. Está. Isso importa? Já se perguntou se ela não poderia gostar de ser podre? E se ser podre apenas a torne diferente das outras? Ainda assim não conseguiria ver a beleza dentro disso? Algo tão simples e singelo, ao mesmo tempo agressivo e desafiador, envolvente. Você chega mais perto, tentando entender sua lógica e, quando percebe, já está hipnotizado, enfeitiçado. Enjoa das outras. Enjoa das normais. Elas são tão... Normais? Claro. O óbvio fica tão claro que chega a cegar. A escuridão termina e o gatilho é acionado. O coração acelera. As pernas tremem. O suor brota. A realidade às vezes chega forte demais, mas isso é a chave de tudo. Se fosse diferente não seria o que era. Muitos não o aturam. Outros não o entendem. Trelatovina e Notivatrela são... Exatamente a resposta. São o quadro torto e a laranja podre. O anagrama de um mesmo ideal. Uma tendência. Um conceito. Um estilo. Uma palavra. As luzes ascendem. As pessoas levantam. Umas aplaudem. Outras apenas saem. Você pensa. 
Pois o espetáculo foi feito para você, massa pensante. Feito com o básico e insistente propósito de lhe fazer pensar. Foda-se o dinheiro. Foda-se o mundinho bonitinho e cheio de regras e leis. Pois esse mundo não pertence a laranjas podres nem a quadros tortos, caro amigo. No mundo das laranjas podres elas caem para o céu, e não para o chão. No mundo das laranjas podres não existem regras ou lei, pois chega primeiro ao infinito quem surpreender, quem inovar. E essa é a mágica da coisa. Mágica que faz valer a pena.

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